domingo, 15 de junho de 2008

OS LENHADORES

(Autor desconhecido)

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava madeira das árvores que derrubava. O velho lenhador era um homem tranqüilo, bem relacionado com todos e era tido como uma pessoa de bom coração, além de ser considerado o melhor lenhador de toda a redondeza.

O jovem admirava-o e o seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira. Certo dia, aquele jovem finalmente decidiu ir procurar o velho lenhador no propósito de aprender com quem mais sabia, e assim tornar-se o melhor lenhador que aquela cidadezinha já tinha ouvido falar. Passados alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo e que aquele velho não era tão bom quanto falavam. Sendo assim, o jovem decidira afrontar o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho quem cortaria mais árvores. Aquele velho lenhador aceitou, sabendo que seria mais uma oportunidade de dar uma lição no jovem arrogante. E assim fizeram. Reuniram testemunhas, formaram comissão julgadora, organizaram torcida, delimitaram as áreas onde seriam cortadas as árvores e, no dia escolhido para o confronto, lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.

De um lado, o jovem forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores. Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço.

Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador e qual não foi a sua surpresa ao vê-lo sentado. O jovem riu e pensou: "além de velho e cansado, está ficando tolo; por acaso não sabe ele que estamos numa disputa ?" E assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.

Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição e, para admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado duas vezes mais árvores que o jovem desafiante.

Este, espantado e irritado ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, já que uma ou duas vezes que parara apenas para olhar, via-o sentado bem tranqüilo, enquanto ele não parou um só minuto. O velho, bastante sereno, respondeu:

- "Todas as vezes que você me via assentado, eu não estava simplesmente parado, descansando. Eu estava amolando meu machado."

Nem sempre parar é perder tempo. Muitas vezes, minutos preciosos gastos em reflexão e preparação resultam em vitórias grandiosas.

Nenhum comentário:

André Leono canta CONTRÁRIOS - PE FABIO DE MELO